São Francisco do Conde banhada em sangue: guerra de facções transforma cidade em uma das mais violentas do interior da Bahia
- contatojornalointe
- 27 de jul.
- 3 min de leitura

São Francisco do Conde, terceira cidade mais importante do Recôncavo Baiano e localizada a apenas 67 km de Salvador, vive hoje um dos seus piores momentos. A guerra entre facções criminosas mergulhou a cidade em uma rotina de tiroteios, medo e mortes, transformando um município historicamente pacato em um dos mais violentos do interior da Bahia.
Moradores no fogo cruzado: quem os protege?
Disputas territoriais entre facções ocorrem diariamente, muitas vezes em plena luz do dia.
Enquanto criminosos trocam tiros pelas ruas da cidade, a população vive acuada, com medo de sair de casa e sem garantias de segurança. O risco é constante, e a sensação de abandono por parte do Estado é cada vez mais evidente.
De cidade tranquila a campo de guerra
A violência armada já não é novidade em São Francisco do Conde. No entanto, o que antes parecia pontual se tornou rotina.
A escalada de conflitos mostra que o Estado não foi capaz, até o momento, de desenvolver uma estratégia eficaz para conter o avanço do crime organizado.
Descaso, insegurança e omissão
Nas eleições de 2022, São Francisco do Conde demonstrou apoio expressivo ao Partido dos Trabalhadores: Lula recebeu 81,68% dos votos para presidente (20.955 votos), enquanto Jerônimo Rodrigues obteve 50,10% dos votos para governador (12.359 votos). Ainda assim, o sentimento entre os moradores é de abandono por parte do governo estadual, diante da crise de segurança pública que atinge toda a Bahia.
Bahia sob ataque e governo em silêncio
A Bahia, um dos estados mais importantes do Nordeste, enfrenta índices alarmantes de violência. Assaltos à luz do dia, homicídios em alta e o domínio de facções criminosas em áreas urbanas e rurais são reflexos de uma crise profunda.
O governador Jerônimo Rodrigues, segundo críticos, adota uma postura passiva e tem apresentado poucas ações concretas para enfrentar a situação.
Violência escancarada: o sangue no Recôncavo
Nesta tarde de domingo, 27 de julho, por volta das 16h, uma mulher, de nome Mônica, foi brutalmente assassinada no bairro da Pitangueira, em pleno Centro da cidade.

O crime, cometido em plena luz do dia, aconteceu em dois dias seguidos, o que ilustra o colapso da segurança pública em São Francisco do Conde — e o fracasso das políticas de combate à violência por parte do Governo da Bahia e do comando da Polícia Militar, liderado pelo coronel Antônio Carlos Silva Magalhães.
“A bandidagem e o tráfico estão tomando conta da nossa cidade. E o governo?”, desabafou uma moradora, que pediu anonimato por medo de represálias.
Números de guerra
O número de homicídios na Bahia supera, em alguns casos, o de zonas de guerra. De acordo com o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cinco das dez cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia, que ocupa a segunda colocação no ranking dos estados mais violentos do país.
E o papel do governo municipal?
Apesar de a responsabilidade pela segurança pública ser compartilhada entre as esferas federal, estadual e municipal, é fundamental que cada uma cumpra seu papel.
A Prefeitura de São Francisco do Conde tem buscado contribuir de forma ativa com as forças de segurança, mesmo que a responsabilidade principal seja do governo estadual.
Além de desenvolver ações de prevenção à violência, o município oferece suporte logístico aos policiais, como alimentação diária, combustível para as viaturas, e também cedeu três viaturas para a Polícia Militar e três para a Polícia Civil, ampliando a capacidade de patrulhamento e resposta às ocorrências.
Contudo, essas iniciativas, embora importantes, têm se mostrado insuficientes diante da gravidade da situação atual. A cidade precisa de uma resposta mais firme e coordenada entre os governos federal, estadual e municipal. A população exige mais do que paliativos: quer segurança, proteção e o direito de viver sem medo.







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